A BATALHA DA ALMA

A cada porta aberta, um novo eu era descoberto por elas e lidar com o seu pior não era tarefa para qualquer criança, nem para qualquer coruja. Porém, mesmo com todos os desafios, se sentiam preparadas para finalizar a jornada. Sentadas no chão vendo todas as sete portas um súbito alívio tomou conta delas. - Estou muito, muito cansada, mas vendo isto me sinto feliz pela possibilidade de voltar pra casa - retirou as seis pedras conquistadas do avental e as reuniu na palma das mãos. - Também estou muito feliz, o Universo dos Sete Mundos nada de bom tem a oferecer - concluiu a Coruja ainda ofegante. Tudo o que lhes foi oferecido era tentador e lhes pareceu ser muito bom e necessário. Quem não gostaria de ser famoso, amado e vangloriado Possuir todo o ouro do mundo ou comer o tanto que quisesse sem se encher ou engordar Quem não gostaria de estar ao lado de um grupo de pessoas que detém a verdade absoluta De nunca mais sofrer por amor ou vivenciar os sonhos mais distantes Quem não gostaria de poder ser quem quisesse Talvez nem todos; se no inicio Felícia teve medo de embarcar nessa aventura, depois de conhecer as curiosidades do segundo Mundo quis experimentar o máximo que cada universo pudesse oferecer, no entanto, prazeres fugazes podem trazer consequências irreversíveis, e pelo o que elas já haviam vivenciado, o preço pela alegria de cada mísero momento não compensava uma vida de exageros.