Em sua terceira edição, os 'Cadernos de Fotografia Brasileira', dedicada a Georges Leuzinger, tem como objetivo apresentar, de maneira ampla e inédita, o conjunto de sua obra. Estabelecido na então capital do Império, ele desenvolveu trabalhos como artista e como empreendedor, marcando decisivamente os rumos da fotografia e das artes gráficas no país. Inicialmente, dedicou-se à iconografia carioca, editando litografias do Rio de Janeiro e de seu entorno. E, em 1865, dá início a um ambicioso projeto de produzir, editar e comercializar fotografias - grande parte das quais pertencentes hoje ao acervo do Instituto. O volume conta com farto material iconográfico e reflexões ensaísticas abordando as diferentes facetas da trajetória de Leuzinger: suas atividades como impressor e editor de litografias (pela pesquisadora Renata Santos), a produção fotográfica da Casa Leuzinger (em texto de Sergio Burgi, coordenador da área de fotografia do Instituto Moreira Salles), as relações de Leuzinger com o fotógrafo alemão, também radicado no Brasil, Albert Frisch (em ensaio de Frank Stephan Kohl, pesquisador associado do Instituto), o impacto de seus empreendimentos sobre as tecnologias de reprodução fotomecânica (analisado pelo pesquisador Joaquim Marçal Ferreira de Andrade) e o envolvimento de Leuzinger com os movimentos sociais e políticos de seu tempo (pela historiadora Karen Macknow Lisboa). Além de cronologia e extensa bibliografia sobre as técnicas de fotografia e impressão à época de Leuzinger, esse número dos Cadernos de Fotografia Brasileira tem, na seção 'Contatos', colaborações dos artistas plásticos Claudio Mubarac e Carlos Martins tratando das diferentes nuances estéticas e técnicas do trabalho com litogravuras e imagens fotográficas, bem como texto da historiadora Vavy Pacheco Borges sobre a correspondência da família Leuzinger, doada ao IMS pelos descendentes do fotógrafo.