COMO GOVERNAR UM ESTADO - O CASO DA BAHIA

O baiano Joaci Góes, empresário e escritor, impressiona pelo entusiasmo com que se dedica a múltiplos e díspares afazeres. Formado em Direito, foi deputado federal influente (relator do Código de Defesa do Consumidor, a lei mais popular da história do Brasil) e dono de jornal corajoso, e hoje atua, de modo inovador, no setor educacional, no imobiliário e no de produção de energia. Mas é o intelectual e homem de letras, o pesquisador incansável, o orador de notáveis recursos retóricos e o brilhante causeur, dono de memória prodigiosa, que chamou minha atenção desde o dia em que o escritor João Ubaldo Ribeiro me telefonou, dizendo que gostaria de me apresentar a um amigo seu, “encantador e curiosíssimo”, que acabara de escrever um livro e apreciaria ouvir minha opinião a respeito.

Nossa amizade, apadrinhada que foi pelo autor de Viva o povo brasileiro, se estabeleceu de imediato, e a partir desse primeiro encontro minha admiração por Joaci, pela variedade e solidez de seus conhecimentos, o apreço que dedica à alta cultura, à história social, política e econômica do Brasil e, acima de tudo, por sua natureza solidária e vocação para a amizade, só fez crescer.

Depois de publicar ensaios sobre as variadas formas pelas quais a inveja afeta a vida das pessoas e altera os modos de convivência em sociedade; de ter realizado um exame de fôlego sobre as muitas encarnações do ódio ao longo da história humana; de dedicar um livro inteiro à tentativa de compreender a força da vocação; de se impor o desafio de escolher (e justificar) as 51 personalidades mais marcantes da história brasileira, e de ter identificado e analisado criticamente o que caracterizou como “as sete pragas do Brasil moderno”, Joaci se propõe novo desafio.