EM SEGREDO DE JUSTIÇA

Tânia era, ao mesmo tempo empregada e amante do advogado Ranulfo. Rompida a relação, ela é despedida e move contra o ex-amante e patrão uma ação, invocando assédio sexual e pedindo uma indenização por danos morais.
Ranulfo contesta a ação e, ao mesmo tempo, move ele próprio uma ação contra Tânia (reconvenção), dizendo ter sido por ela seduzido e, por isso, sofrido, ele sim, danos morais.
O juiz da causa resolve ir ao fundo, apurar a verdade, usar o processo para tentar descobrir o que realmente aconteceu, além da realidade formal dos autos. Indaga, investiga, ouve. Conversa com seu auxiliar, pensa.
No correr da obra, elaborada com estrita observância das formalidades do processo civil, vai-se vendo a verdade dos autos como uma comédia, em que juiz, escrevente, partes, testemunhas e advogados são atores, cada um desempenhando o seu papel.
Um romance, um processo e um ensaio ao mesmo tempo.