ERA PERTO DE NAULILA

Quando ao fim de uma tarde que a Primavera acabada de se fazer anunciar trouxera amena, Augusto Cristoforo Amoy Tomati Serra a completar dez anos de vida naquele dia 8 de Abril de 1961 se encontrava sentado ao lado de seu Avô paterno, Major na reforma, a beber um refresco numa das esplanadas que naqueles anos distantes se espraiavam num alegre corrupio desde a Praça dos Restauradores pela Avenida da Liberdade acima visitando a Estátua aos Heróis da Grande Guerra e terminando o seu passeio num convite ao Marquês de Pombal que do alto do seu pedestal e sempre acompanhado do seu fiel Leão mirava a Avenida e ao fundo o Rio Tejo parecendo querer proteger os transeuntes da bela e pitoresca cidade de Lisboa que por ali iam deambulando, mal poderia adivinhar que um dia, ele próprio, ali sentado de calções, manuseando um carrinho da Dinky Toys que tinha recebido de presente no aniversário, e absorvendo as histórias mirabolantes dos ilustres presentes que tal como seu Avô haviam sido condecorados em combate, que também ele, mas então empunhando uma metralhadora, viria a tomar parte activa em situações semelhantes às que ali eram narradas e precisamente no mesmo palco que no momento se discutia: Naulila, Angola.