“(...) Pois só sendo
tudo isso
(me sendo infinito)
que meus mais de cem
corações
são poesia.”
Escrever esse livro foi exercício de rotina. A escrita, exercício de vida. Durante cerca de dois anos, escrevi poesia sobre tudo que me tocou no dia a dia. A divisão do livro em cinco temáticas é meu modo de lhes mostrar como não houve proposta prévia para meu presente livro. Ou a proposta foi a própria abertura ao que me viesse. Repito: foi exercício de rotina, e nessa rotina senti tudo (ou quase) que há para sentir: ódio, carinho, tristeza, alegria, nada. Devo minha escrita a tudo que me apareceu. Amores, lutas, feridas, tudo de mais ínfimo e gigante. A vida me foi matéria bruta essencial para qualquer tentativa literária que eu tenha ambicionado, pois em tudo houve poesia. Se quem agora me lê perguntar-me sobre o que é esse livro, diria que é um retrato de mim e do mundo que, cruel e generosamente, se abriu a mim. E considerando que minha maior (e, por isso, mais arriscada) certeza é de que somos todos gente em demasia, você (que me lê) há de entender o que tento contar em meus poemas, já que acredito que qualquer experiência humana, em alguma medida, se repete e se compartilha. Saiba que me sinto próxima a você (quem quer que seja), pois sei que compartilhamos pelo menos algumas centenas destes meus mais de mil corações. Assim, apresento-me em minha poética da iniciação sobre meus mais de mil corações, estes contidos (e um pouco espremidos) nas cinco temáticas que trago: dor e beleza, o mundano, morte e vida, desamor, e amor. Sei que soa piegas, mas lembro quando, aos mais ou menos oito anos, um poema meu foi publicado num jornalzinho da escola. Mais de uma década depois, a sensação de estranhamento e maravilha é ainda a mesma. Enche-me de prazer saber que o que é meu, agora, será de mais gente — dá alegria sentir-me acompanhada nesta vida de poesia. O prazer é todo (todíssimo) meu.
Gabriela Garcia Plaza Teixeira estreia no cenário literário com “Meus mais de mil