QUANDO A MÃE VAI AO TRIBUNAL

Quais os caminhos da prática psicológica no campo jurídico?

Seria a psicologia jurídica um mero instrumento de controle das subjetividades?

De forma rigorosa e eticamente comprometida, este trabalho busca responder a questões vivenciadas no cenário interdisciplinar da psicologia jurídica, no que concerne a processos de averiguação de paternidade tutelados pelo Estado. A partir da inserção profissional da primeira autora, debruça-se sobre as inquietações e sofrimentos vivenciados por mulheres que são requeridas a declararem a paternidade do(a) filho(a), expondo sua privacidade no contexto do judiciário em Maceió, Alagoas.

A escuta das mães revela sentimentos e atitudes ambivalentes, ora de adesão ao procedimento, sustentando seus discursos em nome da garantia de direitos, ora apresentando sinais de resistência, evidenciando as tensões emergentes entre o direito da criança à paternidade e o direito da mulher à privacidade, num cenário marcado por desigualdades e vulnerabilidade social.

Para além de questões acadêmicas, a discussão empreendida pelas autoras remete a uma reflexão relevante acerca dos desafios cotidianos da(o) psicóloga(o), assim como dos caminhos possíveis da psicologia neste campo. Uma leitura indispensável para os que estão envolvidos com questões sobre família, o exercício do poder no âmbito da justiça e a judicialização da vida na contemporaneidade.