É-nos sabido que desde há muito existe um debate fervoroso no âmbito da filosofia e da antropologia sobre o problema da existência (de Descartes e Kant à Camus, Sartre, Deleuze, Flusser e outros). Deu-se relativa atenção ao problema da finitude, porém, tal atenção não constituiu uma resposta suficientemente satisfatória. Acima de tudo, apesar dos inumeráveis esforços, não se elaborou a questão da maneira devida, não se atribuiu ao problema da finitude o trato adequado. O problema da finitude é, em suma, um dos principais problemas da existência humana (isso já fora percebido por Heidegger e os existencialistas, porém, os mesmos não levaram a questão a cabo, este problema mostrou-se somente como prólogo ou complemento no interior de seus pensamentos). Ele (o problema da finitude) perpassa toda a tradição filosófica ocidental e abrange até mesmo as principais teorias antropológicas inerentes às noções de humanidade. Contudo, tanto na filosofia como na antropologia, não se abordou a questão da finitude de maneira prioritária (que seria a maneira mais adequada). A maneira prioritária, cremos, seria promover a abordagem de como se dá para nós aquilo que chamamos de finitude, e, aqui, cremos ser isso a sua noção. Desta sorte, no intento de criar as condições de possibilidade para o debate ou análise do problema da finitude, tentamos aqui avaliar às condições de possibilidade da mesma enquanto noção e os seus respectivos engendramentos na vida humana ou naquilo que chamamos de existência. A filosofia é, acima de tudo, uma antropologia metafísica. Todavia, até aqui, priorizou-se o conceito de filosofia e de humanidade sem se perceber que não há filosofia sem antropologia e metafísica; e não há humanidade sem problemas existenciais e, necessariamente, todos os problemas inerentes à existência são problemas advindos ou relativos à finitude humana. Não se resolveu e talvez não se possa resolver ou tratar o problema da finitude de maneira adequada e satisfatória justamente pelo