A simbiose de números, letras, poesia, narrativa e uma tocante referência ao que existe de mais profundo na essência humana é o que nos desperta a leitura de Trama e Urdidura de Jorge Xerxes, escritor que sabe preencher suas obras - sendo esta a terceira - com áreas de conhecimento distintas, unindo-as, como se elas jamais tivessem sido drasticamente separadas para uma compreensão mais apurada - e facilitada - das mesmas. O universo reverbera na presente obra, e em cada estranha correspondência encontra-se o notório revisitado sob o viés do infinitamente incomum. É fascinante entrar em contato com uma obra contemporânea profusa de inovação, contudo, sem apresentar-se destituída do estilo incrível da escrita bem feita: a escrita que faz a alma do leitor vagar em identificações e também em surpresas, as quais o permitem adentrar e vislumbrar conhecimentos outrora nem mesmo imaginados. E tudo isso é exposto através de textos - tanto em prosa como em verso - carregados de um cotidiano pertencente a todos, porém, explicitados e enaltecidos de forma visceralmente única: o tear urdindo a trama de situações comuns de maneira inusitada.