A ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS - AGB

Não estaria longe da verdade afirmar que não haveria geografia brasileira sem a presença e anuência da AGB. Haveria formação de professores e geógrafos, uma geografia universitária, uma geografia escolar e uma geografia dos institutos, instituições de um campo profissional epistêmico , não uma geografia brasileira. Esta, é uma construção agebeana, articulada com aquelas instituições. A história da geografia brasileira é a história cruzada da AGB e das instituições formais, a pontual das instituições e a global da AGB, aquelas tornadas nacionais por esta. Os períodos de uma coincidem com os períodos de outra, marcando a própria periodização da geografia brasileira. Se as instituições formais geram e desenvolvem o conhecimento, a AGB generaliza, corrige as incongruências, aplaina as arestas, amplia os limites e aproxima da universalidade suas ideias e visões esparsas de Brasil e de mundo. É a relação de troca-troca da sala de aula e gabinetes de pesquisa das instituições de um lado e das mesas, reuniões e debates da AGB de outro, impulsionando os veres, pensares e fazeres que num totum alimentam e criam a face e a força da geografia no Brasil. É o que se aprende e se apreende neste A Associação dos Geógrafos Brasileiros: origens e transformações, de Charlles da França Antunes, um livro que já nasce clássico. A geografia brasileira talvez a francesa, a inglesa, a norte-americana, com certeza a germânica nascendo de uma criação política, ciência que surge de um compromisso com a sociedade seja qual for, e mesmo quando assim não parece , ciência de face política, tanto quanto acadêmica. A AGB num plano, as instituições formais num outro, casadas como faces de uma mesma medalha. No entanto, de raro percebidas. Privilégio do faro apurado de Charlles. (...) Do Prefácio de RUY MOREIRA.