A CRUZ E O CÁRCERE: UMA TEORIA CRISTÃ DA PENA

A inauguração, pelo cristianismo, de uma nova forma de cultura é ideia do filósofo René Girard. A Paixão de Cristo, evento fundador do cristianismo, revelou o que há por trás de todo sacrifício: o assassinato de um inocente, a bem da manutenção social. A Revelação passaria, num certo sentido, a “desacreditar” a dimensão meramente humana da vida, e esta é a grande novidade de que se originou a renovação de todas as instituições políticas, jurídicas e sociais do Ocidente. Eis o pano de fundo desta instigante obra do jusfilósofo Milton Gustavo Vasconcelos. Como nos diz Maurício G. Righi em seu prefácio, A cruz e o cárcere — uma teoria cristã da pena tem em René Girard a sua sustentação antropológica, em São Paulo e em Santo Agostinho o seu embasamento sociológico e, por fim, no Doutor Comum da Igreja a sua cosmovisão de bem e justiça. Milton Gustavo Vasconcelos Barbosa é Mestre e Doutor em Ciências Criminais pela PUC–RS, ex-Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, professor da Universidade do Estado do Piauí, amicus curiae junto à Suprema Corte americana no caso Dobb x Jackson.