A FALA E A FÚRIA

A Fala e a Fúria analisa o filme O Silêncio dos Inocentes, tendo como principal foco de estudo a figura do psicopata na história e o significado desse tipo de personagem dentro da esfera das representações do mal na sociedade contemporânea.

O psicopata traz consigo um novo tipo de horror real por alguns críticos, por não possuir nenhuma ligação com o sobrenatural. Em lugar do monstruoso que surge do extraordinário, o psicopata fílmico é um indivíduo aparentemente normal que, devido a problemas mentais, comete atos abomináveis. A razão de seu procedimento é uma questão que gera suspense na plateia, e demonstra que o monstruoso pode estar presente em um indivíduo cujo comportamento é aparentemente normal. O psicopata cinematográfico é um enigma a ser decifrado. Ele expõe em excesso a questão que, segundo Paul Ricoeur, ser acompanhada a manifestação do mal e que a Filosofia e a Teologia não conseguem responde em nossos dias.

A autora de A fala e a Fúria procura demonstrar que o personagem psicopata traz para as telas um discursão sobre os poderes e perigos da Razão, o que fica claro com o personagem Hannibal Lecter. Seu sucesso não é fruto do acesso: ele expõe tensões que marcam a sociedade contemporânea e nossa forma de pensar no mundo