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Sinopse
A produção e a distribuição de bens materiais sempre existiram enraizadas em relações de natureza não econômica. Com a "grande transformação", os elementos mercantis, que existiam há milênios, foram articulados em um domínio independente, "desenraizado" das demais instituições sociais, e tragaram para dentro de si a força de trabalho e a terra - ou seja, o homem e a natureza -, fato inédito na história. Tudo virou mercadoria. A sociedade e seu ambiente tornaram-se acessórios do mercado, agora um mecanismo autônomo. "Em vez de a economia estar enraizada nas relações sociais, as relações sociais passaram a se enraizar no sistema econômico."
Tal sociedade radicalmente nova não resultou de um processo harmonioso, mas de uma pesada intervenção de poderes privados e estatais, que cobrou alto custo. Desfeitos os laços de comunidade, o que mantém a atividade econômica em funcionamento é o medo da fome, entre os que se apresentam para trabalhar, e a atração pelo lucro monetário, entre os que comandam o trabalho.
Polanyi defende que a força de trabalho, a terra e o dinheiro são mercadorias fictícias: "A suposta mercadoria chamada força de trabalho não pode ser jogada de um lado para outro, usada indiscriminadamente ou mesmo largada sem uso, sem que isso afete também o indivíduo humano que é o portador dessa mercadoria peculiar. [...] A natureza ficaria reduzida a seus elementos, seriam degradadas as vizinhanças e as paisagens, poluídos os rios, arriscada a segurança, destruída a capacidade de produzir alimentos e matérias-primas. Por fim, a administração do poder aquisitivo pelo mercado liquidaria periodicamente as empresas, pois a alternância de escassez e de excesso de dinheiro se revelaria tão desastrosa para os negócios quanto eram as inundações e as secas na sociedade primitiva."
A organização da vida em torno de um mercado autorregulado é um projeto irrealizável, pois implica aniquilar a substância humana e natural da sociedade. As tentativas de impor limites e restrições a esse "moinho satânico" não são uma conspiração de interesses particulares, mas uma autodefesa ? legítima, necessária e até mesmo inevitável ? das sociedades.
Ainda predomina o conceito da economia como um sistema de mercados integrados. Mas a implantação plena do mercado autorregulado nunca se completa, pois a vida social não pode ser reduzida a operações de compra e venda. Estabelece-se uma fuga para frente, com os defensores desse projeto afirmando que é preciso insistir mais e dobrar a aposta. A incapacidade de realizar-se é, ao mesmo tempo, uma fraqueza do modelo liberal, no plano da realidade, e uma fonte do seu vigor, no plano da ideologia. Boa parte da disputa política nas sociedades contemporâneas gira em torno desta tensão entre a distopia mercantil e a realidade social.
César Benjamin
Ficha Técnica
Especificações
| ISBN | 9786556390109 |
|---|---|
| Tradutor para link | RIBEIRO VERA |
| Subtítulo | AS ORIGENS POLÍTICAS E ECONÔMICAS DE NOSSA ÉPOCA |
| Pré venda | Não |
| Peso | 512g |
| Autor para link | POLANYI KARL |
| Livro disponível - pronta entrega | Sim |
| Dimensões | 23 x 16 x 2 |
| Idioma | Português |
| Tipo item | Livro Nacional |
| Número de páginas | 412 |
| Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2021 |
| Código Interno | 940053 |
| Código de barras | 9786556390109 |
| Acabamento | BROCHURA |
| Autor | POLANYI, KARL |
| Editora | CONTRAPONTO |
| Sob encomenda | Não |
| Tradutor | RIBEIRO, VERA |
