A cidade da Bahia, essa misteriosa e encantadora Salvador, é mostrada quase que cinematograficamente em imagens rápidas, como um filme já no seu corte final de montagem, pelo nosso jovem e já experiente escritor Breno Fernandes, em seu mais novo livro de contos, A mão do poeta. Parece que ele está em cada ponto da cidade, olhando do alto, do lado, de baixo, de dentro de cada cena, de cada personagem. Breno olha sem julgamento, apenas fotografando e/ou filmando, com suas lentes oculares, a realidade dessa tão bem misturada gente que nasce e também estreia, portanto é real e ficção, pessoa e personagem a um só tempo. Na sua escrita, Breno faz o impossível torna-se crível, o passado ser presente, reinventa essa Bahia “inventada” por Jorge Amado e Dorival Caymmi. É incrível, ou melhor, é crível como Breno dá vida à estátua do poeta e movimenta o povo da cidade em torno dela e de tantos outros acontecimentos fantásticos. Sua obra é um retrato fiel da Bahia. É o retrato do povo. Ao ler, tenho a doce ilusão de estar vivo em cada situação. Daqui para os palcos e telas é só questão de adaptação.