Em seu comentário sobre a edição brasileira de A Poítica e o Romance, de Irving Howe, diz Hugo Estenssoro, conhecido crítico e colaborador da revista República (nº 17, 1998) que este livro representa uma faxina crítica... para retirar os entulhos ideológicos que estavam a esterilizar a cultura das esquerdas . E de que a prova está no fato de Howe poder ser lido atualmente com maior proveito para o especialista em literatura e o leitor interessado, enquanto os repetidores do que ele chamava de marxismo vulgar foram esquecidos . Na verdade, ao percorrer obras como as de Stendhal, Dostoiévsli, Henry James, Ignazio Silone, Koestler, Orwell, dentre outros, um dos mais instigantes críticos americanos do segundo após-guerra realiza uma sondagem profunda e esclarecedora das relações entre política e criação romanesca, bem como dos efeitos de uma sobre a outra, no que vem a ser um repertório cultural representativo de literaturas fundamentais nas sociedades contemporâneas.