A PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL

Em 19 de dezembro de 1961, José de Almeida Soares defendeu a primeira dissertação stricto sensu (Magister Scientiae) no Brasil.

No final da memorável defesa, por modéstia, excesso de tarefas ou por não ter a dimensão do futuro consagrador do novo paradigma, não houve festa nem confraternização. Soares entrou em um ônibus e deixou, silenciosamente, o interior de Minas Gerais. Queria passar o Natal com a família em Porto Alegre, e assim cumpriu o ousado planejamento estipulado para sua pós-graduação.

Entre 1961 e 1970, a Pós-Graduação da Uremg tornou-se imbatível, tendo formado 216 mestres, 59 além da prestigiada Coppe, da então Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.

Com apenas três cursos e graduação, ligada ao cambaleante sistema estadual de ensino, submetida a crônicos atrasos salariais que alcançavam até 10 meses, precário aparato de comunicação e a quase dois dias de viagem da capital, a Uremg, posteriormente universidade Federal de Viçosa, saltou à frente de todas as universidades notáveis da época.

Quais razões que fizeram daquela Escola a pioneira, superando inúmeras dificuldades e sobressaindo a concorrentes em condições notadamente mais favoráveis? Este livro tem por objetivo tentar responder a tal questão. E foi escrito com a esperança de que venha a ser de interesse para acadêmicos da graduação e da pós-graduação, pesquisadores e pedagogos, bem como dirigentes de instituições de ensino.