A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO E REGIONAL NA AMAZÔNIA

Eudes Leopoldo, Marcos Castro de Lima e Isaque dos Santos Sousa organizaram essa coletânea sobre a Amazônia brasileira, vista da perspectiva da produção do espaço urbano e regional. Uma região que é tão diversa quanto desconhecida a reclamar pelo desvendamento dos seus segredos e a demandar por práticas desmistificadoras que revelem o que se quer esconder ou o que não se percebe e a criticar as intenções predatórias e de cobiça.

Quando falamos em Amazônia, estamos nos referindo a um território de grandes dimensões, que corresponde a cerca de 60% do território brasileiro, com uma população próxima a 30 milhões e predomínio de cidades com até 50.000 habitantes mescladas a vilas e territórios de comunidades tradicionais e de povos originários, além das company tows, usinas hidroelétricas, extrativismo, agropecuária... Estamos a falar do diverso, do conhecido e do desconhecido, do que se busca entender e de muitas indagações que rondam qualquer pesquisador quando busca compreender processos.(...) Este livro, A produção do espaço urbano e regional na Amazônia, fala um pouco dessas muitas Amazônias, contribuindo para aniquilar de vez duas ideias: a de não relevância do urbano quando a análise recai sobre a Amazônia e a que entende a Amazônia como uma região homogênea. Os organizadores deste livro utilizam, para estruturá-lo, a macro regionalização proposta para a Amazônia, concebida por Bertha Becker, em 2013, que apresenta dois grandes conjuntos: a Amazônia Oriental, sob o comando de Belém e a Amazônia Ocidental, sob o comando de Manaus, que compõem, respectivamente, a segunda e a terceira parte do livro.(...) Embora o livro tenha logo de início uma parte especificamente centrada em discussões teóricas e conceituais, todos os textos discutem teorias e nos trazem ensinamentos metodológicos. As inúmeras Amazônias precisam ser compreendidas e exigem mais pesquisas. Está posto, aqui, um pouco dos desafios que devem ser vencidos quando a reflexão incide sobre processos e dinâmicas espaciais da Amazônia. Esses desafios exigem, frequentemente, uma grande dose de criatividade, pois muitas vezes, imbuídos de olhares acadêmicos hegemônicos, não se enxergam as múltiplas particularidades dessa região ou, até mesmo, as entend A leitura desse livro foi um aprendizado e uma revisita à Amazônia em com extrema miopia.(...).