Karen Horney foi uma psicanalista que teve voz ativa nos principais debates teórico-institucionais do campo, foi co-fundadora dos Institutos Psicanalíticos de Berlim e Chicago, questionou o falocentrismo da psicanálise, inseriu pautas feministas em suas teorizações, mas teve sua figura e contribuições deixadas de lado por muito tempo. Estudiosos já chamaram este tipo de exclusão de repressão, recalque, morte pelo silêncio, entre outros tantos nomes na tentativa de compreender as influências, tanto do contexto sociopolítico quanto das mais sutis dimensões transferenciais na transmissão da psicanálise ao longo do tempo. Neste livro utilizamos a noção de trauma em Sándor Ferenczi para dar conta do desafio de compreender a marginalização de Horney e refletir sobre os aspectos da feminilidade que recusamos reconhecer durante séculos. SUMÁRIO PREFÁCIO Quanto se voa e ouve-se o canto anoitecido por Ana Brancaleoni INTRODUÇÃO 1. HISTÓRIA, MEMÓRIA E VERDADE 1.1 A historiografia psicanalítica e sua lida com dissidentes 1.2 O trauma em três tempos 1.3 Desmentido como conceito operatório 2. O PRIMEIRO TEMPO: A CONFUSÃO DE LÍNGUAS 2.1 Quem foi Karen Horney? 2.2 O campo psicanalítico: o que é Psicanálise? 2.3 Revisionismo na América 3. O SEGUNDO TEMPO: TESTEMUNHAR É PRECISO 3.1 A teorização como testemunho 3.2 Horney, feminismo e feminilidade 3.2 A teoria madura de Horney 4. O TERCEIRO TEMPO: O DESMENTIDO 4.1 Denúncia e desmentido na teoria 4.2 O desmentido nas instituições 4.3 Historiografia psicanalítica – um campo clivado? 5. FEMINILIDADE, CULTURA E NEUROSE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS