Sacralidade digital é a ideia que o advento das novas tecnologias inaugura uma relação digital com o sagrado, afinal, defende-se, fundamentalmente, que há entre o homem e o sagrado uma relação comunicativa, portanto, à medida que o suporte comunicativo dessa relação se transforma, se percebe uma mudança também no modo de experimentar o sagrado, afinal, partimos do pressuposto de que as tecnologias comunicativas não são meros instrumentos, e sim, que há uma relação íntima e simbiótica entre o paradigma tecnológico e comunicativo de uma dada época e as transformações sociais, inclusive no âmbito da religiosidade. A ambição deste livro é descrever parte das formas dessa sacralidade digital, aliando o vetor histórico – que colabora na compreensão das relações temporais de desenvolvimento das conexões entre o sagrado e o midiático – à investigação que busca contrastar manifestações monoteístas (Catolicismo, Protestantismo, Islamismo e Judaísmo) e politeístas (Movimento Nova Era, Religiosidades dos Orixás e Novos Politeísmos) do sagrado nas redes digitais a partir de um estudo exploratório participativo. O livro busca refletir e interpretar que tipo de representação do sagrado o digital favorece, contrastando as diversas possibilidades comunicativas permitidas pelas novas tecnologias no interior de cada manifestação religiosa.