Tainá Terra é uma jovem ressentida com a mãe, Amana Terra, uma mulher branca que, supostamente, abandonou a filha aos cuidados do avô em Encantado das Almas, um vilarejo ribeirinho, perdido na selva amazônica, que tem a peculiaridade de tornar cegos seus moradores, conforme o avanço da idade. Tainá nasceu com outra peculiaridade: tem o olfato extremamente apurado, e por ele se deixará conduzir. Encantado das Almas vive no limiar de vários mundos: o dos garimpeiros, o dos brancos (ditos civilizados), e o dos Yanomami. Foi por um Yanomami que Amana Terra se apaixonou e por ele largou tudo. Quando Caolho, uma espécie de profeta, prenuncia a morte de seu avô, Tainá resolve ir em busca de sua mãe. Tião Rocha, um jovem aventureiro, disposto a ganhar o mundo, acompanha-a nessa jornada até os confins da selva. É no pé da Montanha do Vento que eles caem prisioneiros dos Yanomami e, por lá, permanecem sob os cuidados do xamã. Luara é designada para introduzir Tainá aos costumes e às tradições da tribo. Luara lhe revela que o xamã é seu pai. E ela é a irmã de Tainá. Assim, a jovem vai descobrir o destino de sua mãe e também que as ameaças na selva são prementes. Os garimpeiros estão próximos e, acabam suscitando em Tião Rocha o desejo de bamburrar. Ele foge da aldeia, associa-se aos garimpeiros e retorna posteriormente, promovendo um terrível massacre na tribo. A história do Massacre de Haximu, ocorrido em 1993, é aqui recontada com pitadas de realismo fantástico, adentrando a mitologia Yanomami, plena de árvores dos cantos, dos espíritos xapiri e da bebida yãkoana, a única capaz de fazer “crescer o pensamento” dos seres humanos.