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    A VEZ QUE TATAU FICOU FRACO DA CABEÇA

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    Sinopse

    Era segunda-feira. Dia de branco. As pirraças do meu filho se alternavam entre bocas de choro e gargalhadas de quem ainda não sofreu. Só tinha dois anos. Fiz almoço, dei banho, arrumei o pequeno e deixei que o pai o levasse para a escola. Preparava-me para o segundo expediente. Hora de trabalhar... Tudo, histrionicamente, calculado para dar tempo, antes que a voz delicada percorresse os cômodos da casa no fim da tarde: “Mamãe, o neném chegou!”. Nestas horas, a gente sorri como um soldado devoto de seu comandante e que, mesmo destruído pelas labutas cotidianas, trinca os dentes e se prepara para uma nova luta; a guerra noturna de amor e birras, na mesma intensidade... Mas quando meu filho saiu para a escola, eu sabia que precisava correr, tinha muitos afazeres e um compromisso inadiável: começar a ler o livro. Entre uma página e outra, lá pela terceira crônica, eu esqueci que era segunda-feira. Esparramei no sofá e adiei o exame que precisava marcar. Ah, e os e-mails... Pensei: “Besteira, a terça-feira existe para isto!”. A verdade é que, quando eu vi, já estava jogada no sofá dando as mesmas risadas de meu filho; tinha virado menino. Mas não se engane, isto é só a espuma da alma de um poeta. É ela que nos faz perceber, entre uma crônica e outra, que a vida é mesmo o instante, a rotina que se passa entre o aguardo do futuro e o debruçar do passado: é o passageiro que desce da estação e caminha enquanto deslizamos a tela do celular no aguardo do trem. É a sensibilidade na captura do cotidiano, muitas vezes ignorado pelo aparato das obrigações rotineiras, que podemos vislumbrar em cada texto. As riquezas dos vocabulários, dos costumes e dos tipos transitam em um espaço razoavelmente delimitado: o sertão baiano e sua capital. Apesar das características regionais, as narrativas não se restringem às reminiscências juvenis do autor e ao imaginário da cultura sertaneja. Algumas tratam dos dilemas cotidianos da sociedade pós-moderna. Tal fluidez temporal universaliza o fio narrativo, condutor de identificação, capaz de provocar paixões. E o saudosismo é uma delas. Ainda que as rachaduras dos pés estejam expostas, algumas crônicas transmitem uma nostalgia que nos faz celebrar aquele sertão analógico, espaço das tradições, que não vivemos... Mas que, talvez por encantamento poético, gostaríamos. Em cada personagem mora um parente, um amigo, um vizinho ou um rosto anônimo que passa por nós sem dar tchau. É quando percebemos que as crônicas saem do sertão para virar mundo. Então, sorrimos com a intensidade de quem ainda se permite amar. Nestas horas, esquecemos que não são as personagens que pertencem a cada história: somos nós. E minha vida estava ali, a menos de um palmo dos olhos. Já tomada pela narrativa, contaminada por um dos textos, fui até a cozinha, fiz um beiju com manteiga e tomei, serenamente, o meu copo de café enquanto lia as últimas páginas do livro. Degustava cada parte da vida que se escorre enquanto temos pressa: mérito do autor que permite que a saboreemos como uma bala que nunca se desfaz no canto da boca.
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    Ficha técnica

    Especificações

    ISBN9788536646213
    SubtítuloE OUTRAS HISTORIAS
    Pré vendaNão
    Peso196g
    Autor para link
    Livro disponível - pronta entregaNão
    IdiomaPortuguês
    Tipo itemLivro Nacional
    Número de páginas152
    Número da edição1ª EDIÇÃO - 2016
    Código Interno784957
    Código de barras9788536646213
    AcabamentoBROCHURA
    AutorPRADO, NEI GEORGE
    EditoraSCORTECCI
    Sob encomendaNão
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