AGUAS PROFUNDAS OU O PETROLEO E NOSSO?

Sexo, morte, seqüestro, corrupção, eleição, entrega de cargos. Essas são algumas das vertentes do longo processo político de derrubada do monopólio do petróleo. Uma verdadeira rede de intrigas em que políticos, empresários, parlamentares, militares, socialites e trabalhadores se relacionam por diversos interesses, mas principalmente financeiro. Águas profundas é um retrato fiel dos bastidores do poder.

Escrito pelo advogado e jornalista Ilmar Penna Marinho Jr., o livro traduz os pormenores da globalização sob uma conjuntura ficcional sem, no entanto, que o leitor perca a sensação de dèja vu da realidade brasileira.

O último baluarte da soberania nacional - a ENEBRÁS - é leiloado sob o crivo das autoridades governamentais, habituadas a um sistema de manipulação e clientelismo, sem qualquer vínculo moral e a mercê da impunidade. Situações e nomes se repetem ao longo do livro, mesclando sentimentos e interesses contraditórios. O futuro do país se vê entregue à manobras de ilustres aproveitadores que somente nas cifras se mostram "patriotas".

Sem querer impor uma verdade absoluta - o resgate do patrimônio público - Ilmar Penna Marinho Jr. humaniza uma polêmica da qual depende o futuro das próximas gerações. Personagens, como o líder sindical Juliano e a presidente da Associação dos Técnicos do Petróleo (ATP) Helena, aparecem como "salvadores da pátria". Representam a esperança de reverter o lamaçal em que está mergulhada a fictícia política nacional, às vésperas de uma eleição