Em Alma de Jardineiro, Roberto Araújo mergulha no tempo das plantas para redescobrir o tempo da alma. Entre canteiros e páginas, ele reconstrói lembranças e momentos marcantes, onde o silêncio das folhas fala mais alto que qualquer discurso. Cada flor observada vira uma pergunta; cada árvore, um abrigo para histórias esquecidas. O jardim, mais que cenário, é presença que escuta e devolve sentido ao que parecia perdido.
Ao caminhar por suas memórias, o autor costura experiências pessoais com a linguagem da botânica e da poesia. As plantas não são descritas por suas espécies, mas por aquilo que despertam — como se cada raiz tocasse também uma parte enterrada do próprio coração. Sem fórmulas, o texto brota devagar, como semente que respeita seu tempo. Há páginas que parecem manhãs úmidas e outras que carregam o peso de uma poda necessária. Em todas, o jardim observa, acolhe e transforma.
Roberto Araújo é jornalista, tradutor e autor de dez livros. Com mais de 25 anos dedicado à revista Natureza, ele aprendeu a ouvir o que não se diz em voz alta. Alma de Jardineiro é resultado dessa escuta — um convite a caminhar devagar, perceber o mundo com outros olhos e, quem sabe, encontrar no meio das plantas a sua própria história. Mais do que um livro sobre jardins, esta é uma obra sobre o que cresce dentro de nós quando paramos para cuidar do que está fora.