No ano de 2001 lançamos a 1ª edição do Livro Anestesia Ambulatorial. Na época, procuramos abordar,
de uma forma didática, a seleção de pacientes, de fármacos, de técnicas anestésicas, os critérios de
alta, assim como os aspectos legais e a organização das unidades ambulatoriais. A ideia foi apresentar
a tendência da anestesia ambulatorial no nosso meio, apoiada na literatura e nas diretrizes traçadas
pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), desde a primeira abordagem do tema durante o
Congresso Brasileiro de Anestesiologia, realizado em Curitiba, PR (1982), cujo tema central foi Anestesia
Ambulatorial. Partiu-se do conceito de que, na anestesia ambulatorial, o paciente tem alta para casa
sem pernoitar no hospital.
A Anestesia Ambulatorial cresceu muito no nosso meio, quer seja no ambiente hospitalar, ou fora
dele. Pode-se constatar a criação de várias clínicas voltadas ao atendimento de algumas especialidades
e a adequação dos hospitais para o atendimento multidisciplinar. Hoje, o Brasil tem identidade própria
em anestesia ambulatorial.
Baseando-se nos desfechos favoráveis, com a participação da SBA, foi editada, pelo Conselho Federal
de Medicina (CFM), a Resolução CFM nº 1886/2008, que estabelece, com abrangência, as normas
mínimas para a realização de procedimentos em regime ambulatorial. Assim sendo, o conceito não
mudou e, às diretrizes, foram incorporados todos os aspectos abordados na resolução do CFM.
Com a evolução tecnológica e a incorporação de conhecimentos mais aprofundados sobre vários
itens, visando segurança e qualidade, entendemos que era necessário lançar a 2ª edição do livro, que
é composta de 57 capítulos distribuídos em 9 partes, quais sejam: Introdução ao tema; Unidades ambulatoriais;
Gestão de qualidade e segurança; Seleção de pacientes; Seleção de fármacos; Seleção de
técnicas anestésicas; Critérios de alta; Cuidados pós-operatórios; Anestesia para procedimentos nas
diferentes especialidades.
Considerando que a anestesia, os procedimentos e o ambiente em que se praticam os atos anestésico-
cirúrgicos são de conhecimento do anestesiologista, a grande variável é o paciente, para o qual as
ações devem buscar sua plena satisfação. Assim sendo, nesta edição são tratados todos os pormenores
que envolvem o atendimento ao paciente, dando ênfase aos critérios de inclusão, exclusão e de alta, na
busca pela qualidade e segurança, que possam trazer satisfação a todas as pessoas envolvidas. Neste
particular, a cultura de segurança é um componente estrutural básico das instituições e de todos os
seus membros, refletindo a consciência coletiva de valores, atitudes, competências e comportamentos
que determinam um comprometimento com a gestão da qualidade.
Ao reunir toda a matéria, procuramos manter uniformidade, integrando todos os capítulos, ensejando
uma base para a prática da anestesia ambulatorial que, certamente, apresentará variações locais
e regionais no nosso país-continente, respeitando, porém, o conceito e as diretrizes que nos trouxeram
até aqui.
Para cumprir os objetivos desta edição, contamos com a valiosa colaboração dos autores e coautores
dos capítulos e queremos aqui deixar registrado o nosso mais profundo agradecimento.
Esta obra vai dedicada aos anestesiologistas brasileiros e à nossa SBA que, desde a sua fundação,
pela organização e competência, permitiu a todos nós a escolha da Anestesiologia como especialidade
com dignidade.
Não poderíamos deixar também de dedicar esta obra a todos aqueles que colaboraram, de forma
direta ou indireta, para a sua realização.
Dedicamos e agradecemos também aos nossos familiares queridos que incentivaram e presenciaram
a sua conclusão, assim como em memória daqueles que, no além, continuam aspergindo segurança
e incentivo, como o fizeram quando nos proporcionaram um berço.