AUTOESTIMA FEMININA - NOVOS PERCURSOS À LUZ DA PSICOLOGIA FAMILIAR SISTÊMICA

Minha trajetória profissional me mostrou que a maior parte das problemáticas femininas está, de alguma forma, atrelada a questões relacionadas à autoestima. Elas chegam com queixas diversas; dificilmente a expressão baixa autoestima aparece nas primeiras sessões. Mas o véu de outras questões, aparentemente mais incômodas e dolorosas, na maioria das vezes, esconde outros aspectos da psiquê. As mulheres se cobram demais, possuem um nível de intolerância gigantesco no seu julgamento pessoal. Consideram-se fracas, incapazes, inferiores; menos bonitas, menos interessantes, menos competentes, menos inteligentes, em especial, em relação às outras mulheres. São intransigentes consigo, e juízas implacáveis quando analisam as próprias fraquezas.

Mulheres, muito usualmente, são mais tolerantes com as outras pessoas do que consigo mesmas. Carregam nas costas o desequilíbrio da divisão das tarefas domésticas, a falência de relacionamentos doentios – e sentem-se culpadas porque não foram capazes de manter ao lado de si alguém que amavam ou ainda amam; incapazes de perceber que era um amor escravizador ou até uma obsessão. Lidam com a história de pais negligentes, autoritários, castradores. Muitas vezes, de mães narcisistas. Pior ainda, muitas têm que seguir com o fardo de terem sido abusadas na infância, o que destrói a formação de qualquer identidade.

Ao mergulhar nessa leitura, as mulheres vão perceber que a crença negativa que possuem em relação a si está atravancando seu desenvolvimento emocional. E só com um mergulho profundo nas suas mais recônditas carências e medos, assumindo que são frágeis, mas tudo bem, é que conseguirão seguir adiante, fazendo escolhas mais consoantes com os seus íntimos desejos.