'Axis Mundi' é um estudo centrado na obra de dez poetas que estrearam em Portugal no final do século XX e fizeram da alquimia lírica e do cotidiano sacralizado seu centro de equilíbrio. Debruçando-se sobre o momento literário presente, Nelson de Oliveira evidencia a relação dessa lírica com a esfera do sagrado e a do profano, ambas atualizadas pelas mais recentes reflexões nos diversos campos do conhecimento. Nelson de Oliveira tem umas ideias interessantes sobre poesia. Por exemplo, para ele poesia não é sinônimo de poema ou de texto escrito em versos. Para Nelson, 'poesia é a qualidade presente em certos artefatos culturais, capaz de despertar o sentimento do belo e provocar o encantamento estético'. Na opinião de Nelson, os poetas contemporâneos sabem, consciente ou inconscientemente, que Nietzsche estava certo ao afirmar que, de todos os que fazem uso da palavra, é o poeta quem ocupa o ponto mais privilegiado no panorama intelectual. Que, de modo mais amplo, o homem-fazedor-de-poesia - não o cientista, não o sacerdote, não o filósofo - é hoje a vanguarda da espécie humana.