Presente, passado e futuro se revezam na narrativa de Valerio Evangelisti, um dos novos autores italianos que vem ganhando destaque na imprensa européia. Em 'Black Flag', ele conta de forma crua e impiedosa a evolução da violência e da degradação humana ao longo dos séculos. No tempo atual, o cenário é Cidade do Panamá bombardeada pelo Exército dos Estados Unidos. Em meio as ruínas da cidade, surge um casal de médicos psiquiatras que tentam manter uma certa ordem onde já não há mais uma civilização, onde só existem poucos sobreviventes e ex-militares doentes mentais ensandecidos. Estes conseguem escapar do hospício e acreditam que podem reintegrar o exército estadunidense, mesmo sendo portadores de distúrbios crônicos como psicoses e esquizofrenia. No futuro, uma enfermeira sedutora e sanguinária diverte-se contando sobre suas vítimas: "Esta noite fui caçar. Peguei um Fóbico. Depois, um dos garotos quem vivem embaixo do teto me violentou". O romance de ficção científica prossegue. Agora no passado, durante a Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865), surgem heróis inesperados: um bando de mercenários que seguem a bandeira negra do lendário Jesse James; um velho índio; uma prostituta irlandesa; um homem que é conhecido como o lobsomen, por ser portador de uma anomalia congênita. À frente de todos eles está Pantera, um pistoleiro mexicano praticante de magia negra. O conflito, que consistiu na luta entre os Estados do sul (latifundiários, aristocratas e escravagistas) contra os Estados do norte (industriais e abolicionistas), fez mais de 600 mil mortos, um número assustador para os padrões daquela época. "O mais visionário autor italiano cria uma balada punk impactante", assim descreve o jornal italiano Corriere de la Sierra.