Reconhecido como um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo da Vinci tinha um lado menos conhecido, mas igualmente interessante e curioso, o de chef de cozinha e inventor de utensílios culinários. Ele trabalhou como cozinheiro em algumas tabernas de Florença, cidade na qual foi sócio de Sandro Boticelli em uma cantina. OS CADERNOS DE COZINHA DE LEONARDO DA VINCI recupera os apontamentos feitos pelo grande mestre renascentista que começaram a ser escritos durante sua estada no palácio de um de seus mecenas, Ludovico Sforza, Senhor de Milão. Embora a autenticidade do texto seja controversa, muitos indícios reforçam a hipótese de sua veracidade. Conhecido como Codex Romanoff, este texto passou por muitas mãos até ser redescoberto em 1981, acompanhado do seguinte cabeçalho: Este trabalho, que é uma cópia que eu, Pasquale Pisapia, realizei a partir do manuscrito de Leonardo da Vinci que se encontra no Museu Hermitage de Leningrado. Não obstante o museu ter negado a existência do manuscrito em seus arquivos, sempre envolto em mistérios acerca do seu conteúdo, existem dois argumentos que corroboram sua autenticidade. Em primeiro lugar cabe destacar a menção no texto a muitos personagens que pertenciam ou visitaram a Corte de Ludovico naqueles anos, documentada em inúmeros outros documentos. Em segundo lugar, estão presentes nos textos a natureza e estilo de escrita típicos de Leonardo, que realmente desempenhou o papel de Mestre de Festas e Banquetes daquela Corte durante algum tempo. Sua ironia e sentido de humor, assim como ortografia e gramática peculiares, são facilmente reconhecidas ao longo das páginas que compõem os cadernos. O livro reflete os diferentes interesses do grande pensador renascentista. Foram compiladas receitas culinárias, com a inclusão de comentários sobre a preparação dos pratos. Apesar de muitas receitas serem destinadas a banquetes, saindo, assim, do alcance da cozinha doméstica.