Após perder o marido e o filho, a brasileira Maria Helena Mueller aceita liderar uma agência emergencial da ONU dentro do cerco militar mais longo da história moderna, tornando-se testemunha do genocídio na Bósnia-Hezergovina, bem como das chocantes agressões sexuais em massa no país. Ao se juntar aos trabalhadores humanitários em Sarajevo em 1994, Maria Helena se dá conta de que o papel feminino neste conflito não estava restrito ao de vítimas de crimes brutais: todas as agências emergenciais humanitárias das Nações Unidas na capital estavam sendo comandadas por mulheres, uma situação única em zonas de guerra. Três décadas depois, arrependida por nunca ter falado sobre esta experiência, ela aceita se reencontrar com suas companheiras de cerco, e o resultado é uma investigação íntima sobre as facetas da (im)potência humana. A narrativa em primeira pessoa revela as impressões da autora sobre suas longas entrevistas com Maria Helena, remontando a agonia dos agentes de paz, cidadãos e combatentes que passaram os 1.425 dias sob a mira de snipers, além dos que ainda vivem sob a tensão de um novo conflito belicoso em um país congelado por um controverso acordo de paz.