Vamos iniciar dizendo, como geralmente se faz em ocasiões como esta, que muito nos honra poder apresentar para toda a comunidade jurídica nacional, a mais recente obra do Prof. Rafael Vieira de Azevedo, versando sobre a capacidade civil das pessoas com deficiência, uma publicação da consagrada editora Lumen Juris. Cumpre-nos, todavia, de logo adverti-los de que não utilizaremos nossa fala para abordar, pormenorizadamente, os temas tratados pelo Autor em sua obra. Primeiro, porque isso demandaria bastante tempo, do qual não dispomos, e, por mais que dele dispuséssemos, caber-nos-ia racionalizá-lo, fosse para não cansá-los, fosse para não atrasar a fala do Mestre; segundo, porque entendemos que a ninguém melhor do que ao Autor poderia ser confiada tal incumbência. Limitar-nos-emos, portanto, a fazer uma análise, o mais fiel possível, do real contributo que o referido trabalho foi capaz de trazer ao centro do debate sobre o atualíssimo tema da capacidade civil das pessoas com deficiência. Pois bem. Passemos adiante. Muito já se disse, e não sem razões de sobra, que todo aquele que, no afã de contribuir com o avanço social, decidir dedicar parte de seu tempo à produção científica, deverá estar convicto, antes de qualquer coisa, de que se fará necessário, para cumprir a tarefa à qual se propôs, uma dose elevada de coragem e perseverança. Coragem, pois são poucos os que se arriscam a publicar seus trabalhos, submetendo-os a críticas das mais variadas ordens, não raras vezes injustas, advindas até mesmo de quem nenhuma autoridade possui no assunto. Perseverança, pois é impossível fazer ciência sem disciplina e sem sacrifício pessoal e familiar. Tanto assim que o desenvolvimento de estudos sérios e bem fundamentados dá-se, quase que invariavelmente, após um razoável período de tempo é está sempre vinculado, em ordem inversa de proporcionalidade, à satisfação dos prazeres mais comuns do cotidiano. Não sem razão, portanto, mulheres, filhos, parentes, amigos e até o próprio es