O livro tem por objetivo argumentar em favor da ideia de que o paradigma do crescimento econômico que rege o capitalismo global contemporâneo está conduzindo a um colapso ambiental, que será ao mesmo tempo um colapso socioambiental. O livro divide-se em duas partes. A primeira (A Convergência das Crises Ambientais) objetiva reunir e analisar o que a ciência nos apresenta agora já não mais como hipótese, mas como constatação: as crises ambientais estão produzindo rupturas nos equilíbrios físicos, químicos e biológicos sobre os quais se alicerça a teia da vida. Esta está, portanto, se desfazendo, o que nos aproxima de um limiar além do qual, por efeito de sinergia entre as diversas crises ambientais, aumenta rapidamente a probabilidade de que sobrevenha o colapso acima aludido. A segunda parte do livro (Três ilusões concêntricas) estende-se pelos três últimos capítulos e inscreve-se mais explicitamente no campo da história e das ciências humanas. Nela se concentra a ambição maior do texto: contribuir para o reconhecimento do fato que as múltiplas crises ambientais contemporâneas, por sua envergadura, ubiquidade e aceleração, redefinem radicalmente as prioridades na pauta dos debates socioeconômicos e políticos que polarizam hoje nossas sociedades.