Misture um pouco do sabor que a chilena Isabel Allende sabe emprestar como ninguém a um drama familiar, ao talento da dominicana Julia Alvarez para farsas, usando como cenário a pequena cidade de Limburgo, na Holanda. O resultado é 'A casa das sete irmãs', estréia ficcional de Elle Eggels. Original, engraçado, comovente e perfeitamente equilibrado entre as coisas do céu e as da terra, o romance conta a vida de cada uma das moças referidas no título, suas felicidades e infelicidades amorosas, asarmadilhas que o destino lhes propõe e como elas conseguem passar por tudo isso com graça e humor incomuns, graças ao talento privilegiado da autora. Sete irmãs órfãs administram uma padaria, em Limburgo, durante as décadas de 40 e 50. Martha, a mais velha, tem uma filha de um casamento fracassado e toma conta de suas seis irmãs - todas secretamente apaixonadas por Sebastian, o ex-marido de Martha. À medida que elas crescem, cada uma parte em busca de um amor que lhes ilumine a vida. Todas, no entanto, voltam para a confeitaria de coração partido. Nenhum dos homens que atraem sua atenção - um prefeito casado, um caubói canalha e um garoto corcunda - passa pelo teste do tempo. Anos mais tarde, quando as irmãs transformaram sua padaria em supermercado e parecem, finalmente, experimentar o sucesso, surge a viúva belga do pai, acompanhada de um filho deficiente mental, para reclamar o negócio para si. 'A casa das sete irmãs' é um romance notável. Elle Eggels combinou atmosfera holandesa enarrativa com pitadas de realismo mágico sul-americano. A obra é ao mesmo tempo sofisticada e extraordinariamente eficaz. Ao escrever a partir da perspectiva da filha de Martha - a jovem Emma -, Eggels descreve sete mulheres misteriosas e exóticas, fortes e vulneráveis, criativas e oprimidas, sensatas mas assombradas por fantasmas do passado e premonições.