CASARAO DA ATLANTICA, O

O bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, nas décadas de 1960 e 70 e um jovem descobrindo o amor é o tema central do livro O Casarão da Atlântica, de Jorge Rocha. O livro faz parte do perfil literário da Nova Razão Cultural.

O autor era um menino de 14 anos quando chegou a Copacabana. Tornou-se homem à beira da Avenida Atlântica, ao som das ondas que batiam nas pedras do Forte de Copacabana, no Posto 6. Um jovem rapaz que desde cedo se tornou responsável por si. Aprendeu importantes lições, amou muito, teve sorte e viveu momentos de pura magia pelas ruas do bairro mais famoso da Cidade Maravilhosa. Na mesma Copacabana estudou, sonhou com a medicina e pensou em trabalhar na TV. Copacabana foi o oxigênio do amadurecimento do autor.

Um passeio pela Princesinha do Mar, um mergulho nos saudosos recantos e locais de um lugar que não existe mais. Copacabana dos tempos dos bailes do Copacabana Palace; do Cine Roxy, com dois andares; da música Superbacana, de Caetano Veloso, e tema de muitas outras composições. Bairro este em que moraram grandes políticos, artistas, poetas e escritores. As sorveterias, a Confeitaria Colombo e, lógico, as paqueras na praia fazem parte desta narrativa.

Hoje, Copacabana mudou muito, a população cresceu, os cinemas foram acabando e o sobrevivente Roxy foi dividido em três, a orla ganhou mais pistas de trânsito, os quiosques se modernizaram e só restaram as doces lembranças da Princesinha do Mar. Os pescadores continuam jogando as suas redes no Posto 6 e ainda pode se ver as gaivotas no céu. As redes de vôlei também estão lá, somente os times mudaram. Hoje não se usa mais bronzeador, somente protetor solar, até o sol mudou, da mesma forma que Jorge Rocha, que hoje mora em Seropédica.

Uma leitura leve e deliciosa, assim como era a Copacabana daqueles áureos tempos que não voltam mais.