CATAPORA NAO SE COME, CLARA ROSA

Paula Danziger mais uma vez confirma seu talento para a literatura infantil. Em 'Catapora não se come, Clara Rosa', seus personagens falam e agem como crianças de verdade. Com seu jeito engraçado e sincero, a bagunceira assumida Clara Rosa aprende a lidar com as perdas e os ganhos em seu rico cotidiano de oito anos. Nesta história, Clara Rosa termina a terceira série primária. Sobrevive à mudança de seu melhor amigo, Júlio, para outra cidade. E se prepara para a tão esperada viagem de férias. Ela irá a Londres com sua tia Paula, de onde pretende seguir para Paris com a certeza de encontrar alguém muito especial que não vê há algum tempo: seu pai, que mudou de país por causa do trabalho. Como a maioria das crianças com pais recém-separados, Clara tem a esperança de ver os dois juntos novamente. E ela, Clara Rosa, é uma menina muito determinada. Logo ao chegar em Londres, porém, percebe que as pequenas pipocas em seu corpo não eram mordidas de mosquito e sim catapora. Isso, na opinião da menina, poderá atrapalhar seus planos para a reconciliação dos pais. A viagem à França é cancelada e seu pai é que vai visitá-la na capital inglesa. Uma das características das histórias da autora é o triunfo da realidade sobre a fábula. Embora Clara Rosa não consiga casar os pais novamente, essa menina inteligente, bem-humorada e sensível - cujo tesouro maior é uma bola de elástico que junta desde os tempos de escola com seu amigo Júlio - faz uma descoberta definitiva para sua vida. O amor que os pais sentem por ela sobreviverá à separação. Os dois, pai e filha, vivem grandes momentos juntos em Londres. A narrativa de Paula Danziger impressiona pelo perfil anos 90 de seus personagens. Assuntos como divórcio, separação de amigos e traquinagens na escola são tratados pela autora com franqueza e muito humor. Ela domina a difícil magia de compreender o mundo sob a ótica das crianças.