Em 1290, em plena Idade Média, Catarina, apelidada de Passarinha devido à quantidade de gaiolas de pássaros que mantém em seu quarto, completa 14 anos e, por insistência de um irmão monge, decide a começar a escrever um diário. Primeiro livro da aclamada autora infanto-juvenil Karen Cushman, 'Catarina, a menina chamada Passarinha' é o relato cotidiano dessa adolescente inglesa, filha de um cavaleiro do império britânico. É também um retrato, ora cruel, ora divertido, dos costumes medievais. No processo de narrar seu dia-a-dia, Catarina acaba nos oferecendo um detalhado painel daquela época. O livro é recheado de informações sobre hábitos culinários, vestuários, crenças religiosas, práticas medicinais, entre outros costumes. A total falta de higiene da casa onde vivem revela ainda os hábitos sanitários precários da época. Com olhar crítico questionador, Catarina relata o alcoolismo e a violência do pai, e a resignação da mãe - que já perdeu dezenas de bebês em abortos sucessivos. O livro acaba revelando indiretamente o papel da mulher de então, submissa e reprimida, e a busca de Catarina por um destino diferente. De forma às vezes engraçada, às vezes amarga, a adolescente revela ao diário suas tentativas de escapar do casamento com asquerosos pretendentes arranjados por seu pai. Trata-se de uma das raras vezes em que o período medieval é apresentado aos adolescentes com tanta autenticidade e de forma tão atraente.