Nasce, no limiar do Século XX, a Semiótica. Ao longo de quarenta anos, um homem, numa assombrosa quietude, havia construído, paciente e criteriosamente, uma ciência, que se tornou um legado para a Humanidade.
Este filósofo, chamado Charles Sanders Peirce, até poucas horas antes de sua morte, lutava, na verdade, pela criação da Lógica, com o estatuto da ciência.
Sua vida, no entanto, foi uma travessia dialógica consigo mesmo, pois nenhuma Universidade sequer o considerou como lógico e tampouco filósofo.
Não é de se espantar, porém, que só um ser humano capaz de lançar-se numa aventura bem sucedida, rumo ao conhecimento pleno de 2500 anos de cultura filosófica, fosse capaz de conduzir-nos à criação de uma filosofia científica da linguagem: a Semiótica.
Charles Sanders Peirce não foi um homem de seu próprio tempo, mais foi o homem que desvendou a amplidão científica para todos os tempos.
Se pudéssemos perguntar a Peirce sobre os fatos da História que ninguém conhece, por estarem perdidos na noite dos tempos, ele nos responderia com inúmeras indagações:
Deixarão essas coisas de realmente existir por inexiste qualquer esperança de o nosso conhecimento alcançá-las?
Depois da morte do universo e depois de a vida ter cessado para sempre, não continuará a colisão de átomos, conquanto já não exista espírito que possa notar isso? E responderia: Há uns poucos anos, não sabíamos de que substâncias são constituídas as estrelas, cuja luz para atingir-nos pode ter exigido tempo superior ao da existência da raça humana. Não se pode dizer, enfim, que haja uma questão que não possa vir a ser resolvida.