Este livro trabalha com a constituição imaginária das articulações sociais, do ponto de vista individual, ou seja, das representações sociais, e do ponto de vista grupal, a saber, das associações entre representações. Assim, tendo o jornalismo como referência, procura detectar ressonâncias, ou os focos a partir dos quais as identificações se consolidam e as subjetividades se constroem. No manto do mundo o que se tem é a realidade como fabulação. E, já que o presente trabalho, assim como a realidade, se constitui partes extra partes, não podemos mostrar o conjunto da produção, mas podemos, sempre, na forma de insistência, mostrar processos, os modos de tessitura dos mantos do mundo. Um ponto de basta é a figura que podemos adotar para contar a história do que, nos mantos, é retido e fixado, em termos de definição dos campos e em termos das significações que lhe acompanham. Da mesma forma, é sobre pontos de basta que a análise das narrativas, desde Propp, trabalha. Um ponto de basta serve ainda a explicar a história da firmeza das estratificações culturais, ou da consistência da ordem imaginária. Mas, ao mesmo tempo, ele é a figura que nos conta das subjetividades, por permitir e marcar nossa inserção na realidade constituída, pelavia das identificações.