Vigília, do latim vigilia, vem de “guarda”, “vigia”, um ato voluntário de privação do sono. Os Contos de Vigília, contudo, não tem o propósito de impedi-lo de dormir (embora esta possibilidade não esteja descartada) mas sim de oferecer ao seu estado pleno de consciência histórias que navegam livremente entre a fantasia e a realidade possível. Em “Monstros do imaginário”, primeiro bloco de contos do livro, o tempero de cada história são os sentimentos mais profundos e impetuosos do ser humano. No conto “Lacrau”, o gatilho dos fatos é a inveja. Em “Setenta vezes sete”, o medo da punição Divina leva o personagem principal a se aproximar ainda mais das forças malignas. Já no enredo de “O que provoca um sorriso”, o sentimento de vingança é o verdadeiro protagonista. Por outro lado, podemos pensar que é justamente a ausência de sentimentos que motiva a segunda parte do livro, chamada “Monstros da vida real”. Neste bloco, assassinos seriais encontram as mais improváveis formas e justificativas para matar, lançando mão de poesias, como nos contos “O Evolucionista” e “Poemas de João”, ou ainda manipulando suas vítimas através de seus sentimentos mais puros, em “Teoria do Amor”.
O que as emoções, ou a ausência delas, são capazes de fazer aos indivíduos menos virtuosos? Aproveite o seu estado de plena consciência e descubra nas narrativas dos Contos de Vigília.