A crise capitalista que se instalou em 2008 veio mostrar que o capitalismo ainda é aquele, e sempre o será, como também confirmar a pertinência do marxismo como instrumento analítico insubstituível quando se trata de compreender o capitalismo. Mais que isso, o marxismo continua sendo, como disse Sartre, “a filosofia insuperável do nosso tempo” na medida em que, sem ignorar os desatinos que foram cometidos em seu nome, seu decisivo compromisso é com a plena emancipação humana. Este livro é um registro da atualidade e da pertinência do marxismo como pensamento crítico. Organizado em quatro partes, os ensaios perfazem um itinerário que busca, inicialmente, repor a especificidade da crítica da economia política, desenvolvida por Marx, pela afirmação de sua atualidade, desembocando, ao final, na rememoração de pensadores marxistas que, esquecidos ou renegados – Rosa Luxemburgo, Anton Pannekoek, Karl Korsch, Ernst Bloch, Henri Lefebvre –, são testemunhos da permanente capacidade do marxismo, malgré tout, de fazer com que, como dizia Victor Hugo, a utopia seja a verdade de amanhã.