A partir do número 17 Crítica marxista passa a ser publicada pela Editora Revan. É uma revista de difusão e discussão da produção intelectual marxista em sua diversidade, bem como de intervenção no debate e na luta teórica em curso. Na seção Artigos encontra-se o texto de Armando Boito Jr., "A hegemonia neoliberal no governo Lula", que por sua vez sustenta que o neoliberalismo logrou implantar uma nova hegemonia burguesa no Brasil, hegemonia essa de tipo regressiva que vem sendo mantida ativamente pelo governo Lula. Na mesma seção, Ellen Meiksins Wood contesta em "O que é (anti) capitalismo?" a afirmação segundo a qual os movimentos anticapitalistas apenas saberiam contra o que lutam e não a favor do que lutam. O artigo de Domenico Losurdo, "Para uma crítica da categoria de totalitarismo", desmistifica a noção de "totalitarismo", mostrando, notadamente através do progressivo alinhamento de Hanna Arendt com a ideologia anticomunista da guerra fria, sua função de cavalo de batalha da reação liberal. Fechando a seção Artigos temos "Marx tardio: notas introdutórias", onde Pedro Leão da Costa Netto examina o último período da produção teórica de Marx; e ainda "Esboço para o estudo do ponto de vista da mercadoria na literatura brasileira", de Luiz Roncari. Na seção Comentários são discutidas algumas obras que tiveram repercussão no debate de idéias nos meios acadêmicos e políticos. Nesta seção encontram-se os textos: "Pós-grande indústria: trabalho imaterial e fetichismo – uma crítica a A. Negri e M. Hardt" de Eleutério F. Prado e ainda "Para realizar a América, de Richard Rorty, e sua recepção no Brasil" de Suze de Oliveira Piza. Retomando o projeto de publicar textos fundamentais do pensamento marxista, encontramos na seção Documento o texto A marca, de F. Engels até hoje inédito na língua portuguesa. Esse texto foi escrito em 1882 para explicar aos operários alemães a história da propriedade da terra e da desagregação da comunidade camponesa na Alemanha.