Os autores discutem a drástica mudança no conceito da infância, e o surgimento de uma família pós-moderna. As novas interações sócio-familiares envolvem não apenas a família nuclear - pai, mãe e filhos -, mas também os novos parceiros dos pais e os irmãos e irmãs de primeiros e segundos casamentos. Para situar melhor as diferenças na criança de hoje, Kincheloe e Steinberg usam como exemplo filmes como 'Esqueceram de mim', desenhos como 'Beavis and Butt-Head' e a cultura McDonald. E revelam que o público infantil é um dos mercados mais visados na sociedade de consumo contemporânea. Programas de TV, filmes, videogames, brinquedos, livros e restaurantes são criados para despertar o desejo das crianças e, por conseguinte, atingir o bolso de seus pais. Estas criações direcionadas exclusivamente para as crianças têm produzido uma "cultura infantil" dirigida por executivos do mercado e da propaganda. 'Cultura Infantil - A Construção Corporativa da Infância' discute o impacto que a cultura de "guerra de mercado" tem em nossos filhos - e em nossas crenças sobre a infância. O livro mostra, ainda, que as transformações econômicas, sociais e culturais da segunda metade do século XX não tiveram impacto somente na vida da população adulta. A construção social da infância também mudou de maneira drástica. Infelizmente, algumas pessoas que ganham a vida estudando crianças não reconheceram esta mudança de rumo histórica. Além disso, poucos observadores notam que a explosão de informações tão característica da era contemporânea abala as noções tradicionais da infância.