A narrativa aqui apresentada traz ao educador da infância a possibilidade de refletir sobre sua prática educativa e a capacidade de propor desafios e ousadias no trabalho cotidiano. A mudança não é fácil e exige um exercício de desapego a padrões mentais já internalizados e cerceadores do novo. Ao descongelarem-se velhas práticas, sistematizam-se novas experiências, desenvolvem-se novas habilidades e competências, estabelecem-se novas visões de mundo. Visões estas que possibilitam novos protagonismos, confirmam alteridades e trazem a certeza que a transgressão é um caminho para a mudança, ensejando novos espaços e lugares, onde as crianças têm por direito legal praticar a sua cidadania sem perder o direito ao exercício da infância. Neste livro as autoras propõem um novo olhar para o trabalho pedagógico a partir de uma proposta inovadora de "ressignificação" do currículo escolar e da reorganização do espaço institucional. É lícito indagar que espaço é este? O fazer que desconstrói e reconstrói tempos e espaços de forma coletiva, possibilita uma relação dialógica entre o ontem e o hoje, o professor e a criança, o que está posto e os novos fazeres. Reafirmam-se valores da interação, pessoalidade, descobertas infantis e ludicidade. Sem correr o risco de exageros, esse trabalho é um grande presente para a Educação Infantil.