estudo e transposição de linguagem de O espelho, de Machado de Assis apresenta o processo, em si, de transposição para a Cena, detalhando os passos para o alcance da produção dramatúrgica do conto machadiano - O ESPELHO: esboço de uma teoria da alma humana. Com esta obra, Margarida Drumond de Assis - que já brindou o leitor com uma rica literatura, em diversos gêneros literários - agora traz o registro de seu lado dramatúrgico. Autora de peças que já ganharam o palco, notadamente de seus próprios livros, ela mostra o fazer teatral. Para isso, destaca a presença do ator no palco, o que pressupõe, conforme expressou, "um espaço concreto, no qual ele tornará possível a trama de que participa, contando-a. Mas ao ator, conjugam-se elementos que contribuem no êxito da transposição de linguagem literária para o palco (...), elementos visuais e auditivos, com atenção para uma mais harmoniosa utilização dos recursos". A autora ressalta que, ao se pensar na transposição da linguagem de um texto literário para o teatro, é relevante considerar o fato de a obra ser ficcional, pois isso leva o espectador a se abstrair da realidade e alçar o plano da imaginação, daí surgindo as indagações do "se". E, conforme Da página ao palco (...), devemos lembrar Stanislavski, para quem "a peça e os seus papéis são invenções da imaginação do ator, uma série inteira de 'ses' e de circunstâncias dadas, cogitadas por ele (...)".