Demônios Azuis, ou Diabos Azuis no original de Vigny (les diables bleus), representam a angústia e a tristeza do personagem Stello em face à materialidade obscura da vida, tema caro aos escritores românticos do século XIX. As poesias que formam os Demônios Azuis na obra de Maurício Fronzaglia representam e desenham as perguntas formadas no século do romantismo, transfigurados para o cotidiano da era da globalização. Perguntas ora insolúveis, ora tendo como res-posta o silêncio do absurdo no claro humanismo de Albert Camus. Entre a acidez de Charles Baudelaire e as questões existenciais de Mario de Sá-Carneiro, encontra-se a intensidade dos primeiros românticos de Byron a Álvares de Azevedo e a visão de paisagem devastada do poeta sérvio Miodrag Pávlovitch. Fazem-se versos os fatos e personagens da vida atual, suas contradições implícitas e não descritas, seus passos passageiros e sem marcas. Estão manifestas as aflições oriundas da contradição entre o mundo em céu cinza e ruas escuras e os sentidos e palavras da possibilidade de poesias ainda não percebidas e incompletas.