Este livro reflete sobre formas de discriminação, perseguição e resistência no sistema formal de educação. Fundamentado em ampla pesquisa bibliográfica, na vivência da própria autora e na narrativa de quatro professores de escolas públicas, negros e que escapam às práticas de heterossexualidade normativa, o livro discute e resignifica vocábulos como preto/a, gay afeminado, viado e bicha, utilizando-os não apenas como adjetivos, mas como categorias de análise científica e acadêmica. O livro constrói-se na interseção de diversas áreas do conhecimento. Uma nítida oposição às visões essencialistas que generalizam existências e desconsideram os múltiplos processos que as envolvem. Trata-se de um exercício para pensar o espaço da escola em sua real diversidade. O livro apresenta a escola tradicional como ambiente de controle de corpos. Especialmente de corpos negros, homossexuais, de gays afeminados, viados e bichas. Mas que também pode apresentar áreas de escape e, assim, evitar que esse controle se efetive. Mais do que narrar experiências de perseguições e sofrimento, este trabalho apresenta estratégias de resistência que possibilitaram a permanência de estudantes gays, viados e bichas pretas no ambiente acadêmico. O livro traz memórias da autora, narradas em primeira pessoa, sobre sua trajetória no mundo acadêmico, desde os inícios, como aluno incompreendido, à atual situação de Primeira Transexual Negra a tornar-se Doutora no Brasil! Certamente convite a uma leitura instigante e provocativa! Que este texto inspire e abra caminhos para uma sociedade melhor! Justa e igualitária!