DIALOGO DE THANATOS E MNEMOSYNE

Diálogo de Thanatos e Mnemosÿne: sobre a relação da memória com a morte na constituição dos monumentos escultóricos apresenta uma reflexão sobre a morte e a memória e como estas se relacionam por intermédio dos monumentos escultóricos. Para explicitar esse diálogo, produziu-se um estudo de campo no Cemitério São João Batista, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro. Assim, esta obra trata de diversos aspectos pertinentes à condição humana diante da questão da morte e sua prática de perpetuação em nossa mentalidade. Alguns pontos discutidos são: os enigmas primordiais sobre a relação do homem com a morte; a tríplice trauma, tabu e angústia, sendo esta última a essência que molda as duas anteriores; as implicações da morte no plano individual e social; os discursos de negação – e de forma paradoxal de afirmação – da morte; a construção e legitimação da memória pelo processo do lembrar e do esquecer; a circunstancialidade, a intencionalidade, esquecimento e esvanecimento da memória. Em aditamento, pretende-se aprofundar sobre o suporte utilizado no estudo: os monumentos escultóricos. Para tal, é necessária a compreensão do conceito de monumento e os efeitos que determinadas operações mnésicas acarretam na constituição do mesmo. Por fim, discute-se a relação entre memória e informação pelo seguinte ciclo: um suporte qualificado como monumental implica na existência de narrativas passíveis de serem apropriadas pelo corpo social, de modo a gerar uma informação que, por conseguinte, possibilita a construção de novas narrativas. Em síntese, a sociedade interage de diversas formas com este lúgubre suporte de memórias, o que o caracteriza como “espelhos da sociedade”.