Esta obra foi escrita com o objetivo de analisar a mudança de paradigma vivenciada atualmente no capitalismo, promovida pelo uso da internet e da microinformática, no contexto da Quarta Revolução Tecnológica, cuja repercussão tem refletido em profundas modificações na organização do trabalho. Os altos índices de desemprego, em parte decorrentes da automatização e robotização do trabalho, ensejaram uma migração forçada dos trabalhadores para o empreendedorismo a partir da utilização de plataformas digitais que, por vezes, mascaram uma efetiva relação de emprego. A migração do emprego formal para o trabalho coordenado por plataformas digitais tornou-se objeto de constantes debates promovidos academicamente e submetidos à apreciação do Poder Judiciário, cujo exato alcance e repercussão ainda não foram inteiramente definidos. A uberização do trabalho, nomenclatura utilizada para descrever as ditas novas relações de trabalho surgidas com a Quarta Revolução Tecnológica intermediadas por plataformas digitais, traduz-se em um fenômeno cuja repercussão social tem sido evidenciada tanto no âmbito interno quanto no plano internacional. Esse cenário de insegurança revela a necessidade de um maior aprofundamento sobre as repercussões sociais acerca do tema para se evitar a precarização das relações de trabalho.