O livro Divergências: Arquitetura na América Latina e discursos do final do século, organizado por Ingrid Quintana-Guerrero, reúne um conjunto de ensaios de autoras e autores de Brasil, México, Colômbia e outras regiões, oferecendo um panorama crítico e plural sobre os caminhos da arquitetura latino-americana nos últimos 40 anos. O livro se debruça sobre processos de modernização, descolonização, identidade e solidariedade, sempre a partir de um olhar atento às especificidades materiais, culturais e geográficas do continente. São abordadas questões como o impacto dos anos 1980 em Medellín, os diálogos de jovens arquitetos com a modernidade e as materialidades locais, além das redes de colaboração entre grupos acadêmicos e profissionais. Divergências oferece uma reflexão sobre o papel da arquitetura como ferramenta de negociação cultural, manifestação de pluralidade e crítica à lógica colonial, subsídios para entender os desafios e potências das cidades e comunidades latino-americanas neste início de século 21, com textos de Edith Cota Castillejos, Ivo Giroto, David Vélez Santamaría, Fabricio Lázaro Villaverde, além da própria Ingrid Quintana-Guerrero. Este volume de Ingrid Quintana-Guerrero integra-se a um conjunto de publicações dedicadas a revisão crítica da arquitetura moderna latino-americana, destacando as relevantes contribuições de Blackmore (2017), Quintana-Guerrero, Lópes Duran e Seavitt (2018), Piccarolo, Zein e Gyger (2019), Woods (2020), Leon e Anagnost (2024), além de Del Real (2022). Notavelmente, essa produção, em sua maior parte conduzida por mulheres, ultrapassa as narrativas celebrativas das gerações anteriores ao explorar de modo crítico as motivações e impactos da arquitetura moderna no Sul do continente.