Publicado originalmente em uma edição especial limitada, assim como cada poema-carta num envelope individual também acompanha a edição de Odes a Maximin, lançada em 2018 pela Garupa, este volume único traz agora de forma acessível as Doze Cartas de Ricardo Domeneck. Nesses novos poemas, o autor radicado em Berlim lança quase epístolas endereçadas a onze homens vivos de seu círculo e, na carta que encerra o volume, ao poeta Arséni Tarkóvski e ao seu filho, o diretor Andrei Tarkóvski. Apesar das diferenças formais entre os dois volumes, faz sentido sua publicação dupla – paralela e simultânea – pois, se em Odes a Maximin, o poeta retorna às tradições homoeróticas gregas e latinas para celebrar um único rapaz sob o codinome Maximin, em suas Doze Cartas, ele opera um embaralhar dos diversos conceitos gregos de amor ao comunicar-se com seus contemporâneos e colaboradores, recorrendo entre agápe e philía, entre éros e storge. Os destinatários são colaboradores dos continentes americano e europeu, músicos como Markus Nikolaus, Nelson Bell e Luke Isaac, ou escritores como Italo Diblasi, Ederval Fernandes e Oliver Precht. Em tom conversacional que difere do formalismo erotizado das Odes, estas Doze Cartas realizam em seu conjunto uma meditação sobre a amizade, a admiração e o desejo.