ELOS DE ALEGORIAS

Contos são narrativas de curta duração. Quando publicados, nem sempre mostram coerência entre si, valendo, isoladamente, pelo que dizem ou sugerem. Aqui, no entanto, algo os liga, representando um conjunto que, apesar de usar características individuais, se somam num todo, não sem coerência, contribuindo, talvez, para estimular a curiosidade do leitor em sua ânsia de reflexão.
São personagens que se aproximam através de alegorias em que, de alguma forma, entram não à maneira de Kafka, mas não distantes dele. São insetos que nos invadem e com os quais, nas grandes cidades, convivemos com independência, mas não radicalmente separados. É, entre outras coisas, o que lhes dá substância particular, quando procuramos nossas verdades e, com incômoda persistência, elas se ocultam, rejeitando nossos esforços e, ao mesmo tempo, estimulando-os. Com frequência, buscamos traços de humanidade nos quais as identidades se fazem múltiplas. Reconhecê-las é, com certeza, senão um ponto inicial, sem dúvida uma instância de crescimento. Nunca chegaremos bastante longe sem que admitamos nossas pequenas dimensões. Afinal, há o todo no minúsculo e vice-versa. Elos de alegorias voam por essas vias.